Que som é esse que enche meu peito e me acelera os batimentos?
Uma melodia, uma risada, naquele timbre.
De repente eu era só pulso, fluindo, nervoso.
Me formiga o nariz quando você vem e me beija a bochecha.
Sonhei um lugar bonito pr'a gente, por entre as nuvens num prediozinho antigo. A parede do corredor que sobe as escadas é descascada, mas através da porta o mundo é nosso. Os cachorros (e o gato) nos recebem à porta, afim de um tico desse nosso amor, que é tanto. Os pratos e talheres não combinam entre si, mas sim com o apartamento como um todo e sua bagunça-planejada. O elefante tá na varanda, tomando um ar e olhando o céu. Nós o acompanhamos por um instante ou dois até que faz-se noite. As estrelas saem, tímidas beirando a Lua e a gente se perde outra vez. Nunca falta música, porque dessas a gente tem de sobra, e quiçá uma bebidinha pra acompanhar. De madrugada tem sussurros e sorrisos até o cansaço bater e no dia seguinte começa tudo de novo.