segunda-feira, 27 de abril de 2009

Lovesick melody,

tanto girando tanto que me rouba a fala. Construo uma linha de raciocínio quando puder, prometo.

domingo, 19 de abril de 2009

Já era noite, um grupo de pessoas deixava o estabelecimento, dentre elas um par em especial.
- Tem certeza que você tem que esperar aqui? - Ele perguntou, botando uma mecha de seu cabelo escuro atrás da orelha.
- Tenho. Se sair daqui perco a carona. - Ela respondeu, segurando a bolsa como podia.
- Mas tá chovendo! - Ele protestou.
- Eu notei.
- Espera um pouco. - Ele tirou um casaco da mochila e o colocou delicadamente por sobre a cabeça dela.
- Nossa.. obrigada. - Ela levantou uma das pontas para observa-lo melhor. Ele sorriu.
A chuva ia ficando cada vez mais forte, ela o puxou para debaixo do casaco e ele a abraçou pela cintura numa tentativa frustrada de aquecê-los. Ele com os lábios na testa dela, ela com o nariz no queixo dele, o casaco sobre os dois, nada de carona e a chuva chovendo.

Apenas uma passagem.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Título interessante

Eu tive um daqueles sonhos em que estou num talk-show outra vez, é sempre perturbador.
- Sejam bem vindos ao nosso programa, hoje vamos ter uma conversa com Jack, um garoto que afirma não ter coração. Seja bem vindo, Jack! - O apresentador me apresentou.
Aplausos.
- Oi, é bom estar aqui. - Informei.
- Isso pareceu bem emotivo, por que você afirma não ter coração?
- Não crio laços afetivos com ninguém. Não quer dizer que eu não tenha emoções, só que.. não sei, acho que não tenho a 'vontade de permanecer com alguém por muito tempo'.
- Então você não é um cara de relacionamentos, certo, Jack?
- É, tipo isso..
- Quem foi sua última namorada?
- Nunca namorei.
Aaaaw.
- Mas você parece um cara tão interessante, Jack. Conte-nos, por que nunca namorou? Você é tímido?
- Eu só nunca quis. Eu tenho amigos, sabe, mas nunca quis nada mais com nenhum deles. Nem com ninguém.
- Entendo, entendo.. Então conte-nos, você é um cara tímido? Haha.
- Não, cara, eu só.. olha, eu nunca quis namorar, sabe?
- Entendo, entendo. Você deve ser daqueles caras pra casar, está esperando a mulher certa, certo?
- Eu acho que não quero estar com ninguém. Pelo menos nunca quis, não até agora.
- Vejamos se uma das garotas da plateia resolve seu problema.. O que nos leva ao próximo quadro, 'Fica comigo'!
Aplausos.
- Vamos, Jack, você quer conhecer a garota da porta número um, dois ou três?
- Cara, você não está me ouvindo, está?
- Ele disse porta dois, meninas? Porta dois então! Aqui temos Becky, uma estudante de..
- Olha, cara, aprecio o que está tentando fazer.. o caralho, não aprecio você estar me usando pra conseguir audiência pro teu programa estúpido, mas para eu parecer um cara gentil na tv, finja que eu não disse isso ou corte essa parte mais tarde, certo?
- .. O que nos leva diretamente à porta número um! Esta é Susana!
- Eu não tenho coração, ele não tem cérebro e estas mulheres não tem amor-próprio, o que estou fazendo aqui?
- Susana gosta de sushi e cinema. E isso tudo é um sonho, você sabe.
- Isso me lembra de quando eu achava que tinha um problema. O problema mesmo é não poder acordar.
O apresentador tirou um guarda-chuva do bolso do casaco e o abriu com um apertar de botão.
- Sabe, Jack.. a gente sempre pode fugir com o vento mesmo que não seja o certo.
- Ah, tem razão. - Peguei meu guarda-chuva e o abri, o apresentador já estava voando alto quando meus pés saíram do chão. A moça que gosta de sushi e as das outras duas portas discutiam no palco a medida que ele ia diminuindo e se perdendo sob meus pés, senti o vento-imaginário tocar meu rosto e me deixei voar até o barulho irritante do despertador do celular me puxar de volta para meu quarto e para a minha segunda-feira. Lembro de uma vontade louca de destruir o estúdio ter passado pela minha cabeça antes de acordar, quando eu teria outra chance daquelas?
Acordei também com uma vontade de ir até um estúdio e gravar a música que eu escrevi pra você. Você? Acho que estou ficando louco. Será?

terça-feira, 14 de abril de 2009

Ái, esse não-sei-o-que

Gosto tanto de você que até me dói. É tanto desse não-sei-o-que que eu imagino como será o dia em que resolvermos seguir caminhos diferentes - vou gritar, espernear, sangrar e chorar até o dia em que a ferida curar. Vou ficar com uma cicatriz, você sabe, você me marcou, é pra eu não esquecer nunca. Ao olhar pra ela não vou sofrer, vou lembrar, talvez eu esqueça sua voz, seu rosto, a cor exata dos seus olhos, mas vou sempre levar comigo na memória as flores que colhemos juntos, os lugares por onde passamos, as músicas que cantamos e esse tanto de não-sei-o-que que me emocionava cada vez que eu olhava pra ti. É como se um calor, que me enche de orgulho de ter te encontrado e colhido pra mim, esse não-sei-o-que que nos conecta e transforma sua felicidade no meu céu e sua tristeza em minha sina.
Ái esse não-sei-o-que. Coisa mais linda não há, nem coisa mais preocupante, tão delicado esse sentimento, arranha tão fácil.

Me liga, me manda um sinal de fumaça, me conta, não me esquece, porque enquanto você comigo, somos infinito.
Enquanto dure.

terça-feira, 7 de abril de 2009

As dez horas sentada no avião valeram a pena, as dores de cabeça do passaporte e do visto valeram a pena, o dinheiro gasto valeu a pena e tudo pelo modo como seus olhos brilharam quando eu apareci na sua porta e gritei Surpresa!

E você? Lembra qual foi o melhor abraço que você já ganhou?

Resumo da ópera

Gostaria de agradecer a minha família e amigos por terem me apoiado nas horas difíceis, sem eles eu não estaria aqui hoje. Tudo começou em meados do ano 2003, quando todas aquelas mudanças na minha vida aconteceram, parecia que o mundo ia acabar, mas eu encontrei logo um grupo de pessoas muito especiais. Com elas eu tive uma infância, aprendi coisas, fui um pouco do que eu já era mesclado com um pouco de cada uma. Em 2007 o grupo já era outro, e eu me vi lapidando meu eu novamente, cresci de diversas maneiras e o tempo foi passando. Em 2008 vi meu irmãozinho virar gente, pensar por si próprio e contar piadas, mas pra compensar, talvez tenha sido o ano em que meus pais se fizeram mais ausentes, sobrecarga de trabalho. Eles [juntamente com Táta] sempre foram minha única família, nunca soube o que é um 'almoço na casa da avó no domingo' ou um 'encontro de família na fazenda da tia Fulana', então a falta me doeu. 2009 tem sido um ano de experimentar, coisas, jeitos, modos, frases de efeito, tenho sentido bastante as pessoas ao meu redor e isso é bom.
Agradeço mais uma vez a todos vocês que me fizeram curtir os dias, suportar as noites e vice-versa, bcoz of u i'm sexteen now bitch!
rip your pants out and scream with me: êh, macarena!

domingo, 5 de abril de 2009

- Tá debutando ou fazendo quatorze?
- Quatorze.
- O que? Tá brincando? Cresce logo! Como a gente vai casar assim?!
- É, né. Tem razão. O que será de nossos planos?
- Exato.
- E do México..?
- É, como a gente vai fugir pro Novo México se você não crescer logo? Eu vou mesmo ter que dirigir o caminho inteiro?

Para mais informações clique aqui.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Mais clichê impossível

Os olhares se cruzaram à distância, veio aquela faísca e então tudo parou. O som, os movimentos e por muito, muito mais que só um momento.
As amigas disseram alguma coisa e foram indo embora, ela se virou pra se despedir e quando voltou pra procurar os olhos achou-os muito mais próximos do que esperava.
- Oi - a voz era musical, rouca, gostosa de ouvir. Um ou dois cachos caiam por cima de seus olhos amendoados.
- Oi.
- Você estuda aqui?
Ela olhou pro símbolo do colégio na blusa do uniforme, voltou a olhar pra ele e respondeu com um quê de dúvida:
- Acho que sim.
Ele riu baixinho, colocou um punhado de cachos atrás da orelha e se apresentou:
- Meu nome é Gustavo.
- Bárbara.
Os dois se assustaram quando o telefone dele soltou os primeiros acordes de Born For This e Bárbara se surpreendeu com a música.
- Uau, você gosta de Paramore?
Ele só sorriu e atendeu o telefone. "Ué, mas já?..Ahã.. Tá bom.. Tchau".
- Eu tenho que ir.
- Já?
- É, desculpa. Mas.. me dá seu telefone, me diz seu nome, sei lá. Tenho que te achar depois - Gustavo entregou-lhe o celular e ela salvou seu número.
- Caramba.. A gente se conhece há 3 segundos e você já tem meu nome e meu telefone. Você é sempre tão galanteador assim?
Eles riram e ele sacudiu a cabeça negativamente.
- Na verdade não, mas.. Eu não posso deixar você escapar, né?
Bárbara sorriu sem graça, devolveu o celular pra Gustavo e respirou fundo tentando achar um pouquinho do perfume dele, pra guardar na memória.
- Tchau, Gustavo.

Por: Ila M.M.