sábado, 26 de novembro de 2011

Please, come in


Um tilintar familiar de chaves na porta.
Seria você?! Corro para ver.
Não. Nada. Silêncio.
Acho que meu coração está ouvindo coisas.
Me diz que vai voltar logo.
Me diz logo que vai voltar.
Me diz que vai voltar.
Me diz qualquer coisa.
Me diz.
Me deixa ouvir a tua voz, que já faz tanto tempo.
Antes que esse silêncio me mate outra vez.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Eu, turbilhão


Vazio, vazio, vazio, vazio aqui. Silêncio aqui, aqui, aqui, aqui. Eco. Insegurança, incerteza, incapacidade; exaustão, fadiga, saturação. Inércia.
Palavras soltas, sem censura. Ninguém está olhando. Não teria ninguém pra ver, de qualquer forma. Ninguém aqui. Não há ar nos meus pulmões... Eu adoraria gritar. Gritar faz bem pra alma. Doer não é assim tão ruim, faz você se sentir vivo. E com o tempo você acostuma. Aceita. Se entrega. O que é horrível. Mas quem disse que no fundo do poço alguém tem forças pra lutar? Quem sou eu? Certamente não esta pessoa.. Quem é você, na minha cabeça? Por favor, me deixa em paz.. Por favor. Não quero mais brincar disso de doer. Essa roleta russa vai acabar acabando comigo. E por pior que tudo esteja, eu ainda não quero sair do jogo. Como lidar comigo mesma?
Me pergunto como ninguém viu ainda esse turbilhão no lugar da minha cabeça. Daqui parece tão claro que tudo está errado. Errado. Errado.
Calma.
Quem sou eu, mesmo? O que estou fazendo aqui? Não. Eu não gosto daqui. Não gosto. E não gosto do que não gosto. Não quero mais pensar no que eles querem que eu pense. E quem são eles? E quem eles pensam que são? Por que eu sou apenas eu, enquanto eles são eles? Eu sou eu, cheia de vontades, que não tem nada a ver com as vontades deles, mas aparentemente isso de nada importa. Engraçado, porque eu sou eu, exatamente como eles são eles. Quem decidiu que eu devo valer menos? Não vi quem foi. Gostaria de conversar com essa pessoa.
Uau.
O mundo depois da janela parece tão bonito, ensolarado. Quero correr lá fora. Vontade engraçada, correr. Talvez eu exista para sacia-la. Quero realmente correr. Sei que não posso agora, porque ainda estou aqui dentro, mas eu vou sair. E quando sair, vou correr. Depois disso ainda não sei. Mas tudo bem. Talvez a correria me leve a algum lugar inusitado. Ou talvez eu corra em círculos. Mas aí depois disso, é só eu arranjar algo mais que me mova. Acho que era isso que faltava em mim. Algo pra me mover. Como esse sol lá fora, quente e cheio de promessas. Tão bonito. Colorindo tudo. Esse "lá fora" é o lugar mais não-vazio que eu já percebi.. E eu gosto. Nada existe até ser percebido. Quero perceber coisas novas. Talvez eu exista pra isso.
É, talvez.