Por que essas dores alheias me doem também, tanto? Não sei mais lidar com isso. Minha vez de cortar fora meu coração a canetadas. Caneta no papel, mais fundo, mais fundo, até que finalmente rasga. E me escorre azul-bic pelo caderno, intenso, denso, carregado de angústia com um sádico brilho plasmático. E alívio.
Já não me dói mais.
Estourei a carga; o azul escorre pelo piso, com respingos na parede, zombeteiros. A tinta espessa manchando tudo o que alcança, impregnando a ponta dos meus dedos. Até as marcas no papel dilacerado me encaram, eu não fiz por mal, eu só queria que a dor fosse embora. Por que riem de mim, por que me julgam? Desvio o olhar. Encaro um canto qualquer, abraçando o caderno ensopado, com cuidado. Azul na palma das mãos. Azul escorrendo dos olhos. Azul no meu coração.
2 comentários:
É azul, É Roriz...
spaksopaposka to brincando =).
Haha! Um dia escrevo que nem tu, minha fonte de inspiração ^^.
Pega essa caneta e bota pra fuder sabado e domingo! e não se esqueça... é caneta preta e não azul! spakospaopsk
Besos chica!
Eu não fico esperando você postar algo pra checar seu nível de depressão. Você escreve muito bem, e eu te admiro muito ;)
Acho que o que falta pras pessoas é mostrar que outros se importam. Eu me importo com você. Eu me importo com o resto do mundo. Eu quero mudar o mundo. Pra isso, eu preciso começar por alguém. Tento te confortar com simples palavras pois é o único jeito que imagino.
Não precisa agradecer, eu faço de coração. (:
PS.: incrível como algumas coisas que acontecem explicam tão bem nosso estado emocional, mesmo que não tenham nada a ver, né?! (:
Postar um comentário