sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Enough

When you know that you'd do anything for someone and all you want is to see this special person happy, you can be happy. But when you know that this person is in pain and there's nothing you can do about it, specialy when you don't even know what the problem is, you feel the pain inside of you. As simple as that.

sábado, 10 de outubro de 2009

Estragando um bom texto

A maresia dominou minhas narinas; há muito que essa minha vontade de aventura me espetava as entranhas e eu finalmente poderia acalma-la. Amarrei um lenço na testa n'uma tentativa frustrada de manter meus cabelos no lugar, mas desisti dos dois e fui caminhar pelo convés, onde homens barbudos passavam o tempo. As nuvens se emaranhavam cada vez mais no horizonte, negras de tão carregadas, e nós nos dirigíamos diretamente à elas. Os homens encaravam a tempestade como quem encontra um velho rival - sorrindo sorrisos que seriam marotos se já não fossem esburacados - largados no madeiramento, esperando alguma coisa acontecer. O maior deles, de cabelos escuros, surgiu de um par de portas e após alguns segundos de análise, num urro determinado, pôs todos os outros de pé. Os marujos, ainda meio abestalhados, se esbarravam pelo local puxando cordas e içando velas em extrema velocidade. O motivo? Duas outras embarcações se aproximavam da nossa. Num salto me pendurei no mastro principal e o escalei, procurei os olhos do capitão e ele correspondeu com um aceno de cabeça, revelei nossa vela vermelha e desci com o facão entre os dentes.

Como dizem, sangue e vinho derramados no convés quando de repente surgem dez canhões. A partir daí não demorou muito, degolamos os manejadores dos tais canhões e miramos na segunda embarcação inimiga. Depois disso, enquanto os homens saqueavam, voltei ao meu mastro sujo, porém intacto, mas fui resgatada de meus devaneios pelos cabelos negros que pendiam sobre o meu rosto, os cabelos dele, ele estava àquela distância perigosa que sempre resultava em diversão para nós enquanto os outros bebiam e brindavam à própria cólera. E nos aproveitamos assim da escuridão da madrugada chuvosa, da embriagues e um do outro.

Chove, chove, chove, relampeja, troveja, a luz apaga, sinto seu calor, seu medo, chove, a luz acende, chove, o céu abre, pinga, o sol ilumina, seca, cabrum, chove, chove e você fica, chove, chove e você sorri, um sol ilumina, chove.

domingo, 4 de outubro de 2009

Pra garota do box 14

Pelos corredores pessoas choram, suspiram e se contorcem de dor, outras conversam alto ou gritam com os funcionários. O hospital é um lugar muito forte, cheio de drama e história pra contar. O medo é audível por estes corredores frios, bem como a angústia. Um lugar onde pessoas nascem e morrem o tempo todo deve ser mesmo um lugar interessante, mas o que mais atordoa é a quantidade de pessoas que estão bem no meio, entre a vida e a morte, lutando para respirar em meio ao sufoco das lágrimas geradas por essa grande montanha-russa, ou corda-bamba, chame como quiser, nunca fui boa com metáforas.