domingo, 30 de agosto de 2009

Por falta de coragem no peito eu corri, corri em silêncio pra dentro da mata fechada, meus pés descalços sangravam, a barra do meu vestido há muito havia se perdido nos galhos das árvores que me encaravam, o verde - agora desbotado - de minhas roupas me lembrava você, as faces e braços das árvores me lembravam você, minhas lágrimas cristalinas me lembravam você, a melodia que ecoava na minha cabeça me lembrava você. Vivo num conto de fadas, posso ir e vir por motivos estúpidos, posso ter alguém pra me salvar no fim de cada problema, mas talvez fosse diferente agora. Minha respiração desritmada se espalhava pela floresta, junto com minha melodia, tornando-a meio desesperada. Espero que você entenda meus motivos, não poder mais encarar teus olhos verdes é ao mesmo tempo céu e inferno. Meu chão virou baralho, as cartas começaram a se abrir e eu a cair, todos os naipes e números passavam por mim, bem como Ace, Jack, King and Queen, com pressa no olhar. Não gritei por ajuda, deixei-me cair, pois pelo menos seria o mais honrado a se fazer numa situação de fim. Me dei conta de que nunca mais te veria e chorei, lágrimas prateadas, douradas e púrpuras, que cortavam o ar sobre a minha cabeça, chorei feliz pelo orgulho de pelo menos ter te conhecido e chorei triste pela saudade que a eternidade de queda me proporcionaria.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Onicofagia

Roer unha Dicas e Tratamento
Roer unhas (também conhecido pelo seu termo técnico onicofagia ou roeção de unha) é o hábito de morder as unhas dos dedos das mãos ou pés durante períodos de nervosismo, stress, fome, tédio ou ansiedade, sendo que roer a unha pode ser um método para aliviar essa ansiedade. Também pode ser um sinal de desordens mentais ou emocionais. As crianças começam a roer as unhas por volta dos quatro ou cinco anos de idade. O tratamento da onicofagia requer acompanhamento psicológico.
Segundo os especialistas, quando não é utilizado um esmalte especial, por exemplo, a pessoa pode buscar outra forma de aliviar a ansiedade correndo o risco de comer mais, ingerir diversos calmantes, jogar e até mesmo beber em excesso.
A onicofagia segue uma sequência de três posturas distintas, que são: a) posicionar a mão próximo à boca e permanecer cerca de alguns segundos a meio minuto; b) sequência rápida e espasmódica de mordida nas unhas com os dedos firmemente pressionados contra as superfícies incisais dos dentes anteriores; c) remoção do dedo da cavidade oral, quando o dedo é inspecionado visualmente ou apalpado. Durante toda a sequência, a expressão facial é séria. Se sente-se observado, repentinamente, interrompe o ato de onicofagia. E, isto pode ser um sintoma de complexo de culpa. Porém, os onicofágos inveterados têm dificuldade em interromper o ato, mesmo que observado e até ridicularizado.

Fonte: Os mais alheios sites da internet.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009


A água pingava dos cabelos dela e escorria pelo ombro, a toalha se livrou do máximo de gotículas que pôde absorver e foi ao chão. Munida de uma regata e de suas roupas íntimas, ela deixou o banheiro em busca do par de olhos castanhos que a esperava do lado de fora.
- Bom o banho? - Ele perguntou com sua voz aveludada.
- Só faltou você. - Ela respondeu, torcendo a água dos cabelos no chão. Ele sorriu.
- Vou agora, tava terminando uma coisa importante. - Ele declarou.
Ela se largou no pescoço dele para beija-lo e antes que se desse conta, foi carregada até a varanda do quarto de hotel. Quando abriu os olhos, viu que a mesinha da varanda estava repleta de tudo o que você poderia querer num bom café da manhã, sem falar no singelo par de flores ao centro. Ele a pousou na cadeira, deu um beijo no pescoço e se acomodou bem ao seu lado para apreciar a vista com a qual tanto sonharam juntos.
- Feliz terça-feira. - Ele murmurou.
- É uma data especial da qual eu deveria estar me lembrando? - Ela perguntou, com um certo medo da resposta.
- Podemos fazer ser.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

De todas as minhas músicas favoritas, desde as cheias de solos bem elaborados às baladinhas simples e cativantes, nenhuma me enche tanto de felicidade quanto ouvir você sorrindo, você feliz, você brilhando. Principalmente quando eu, de algum jeito, posso participar disso.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Quando uma boa noite de sono parece inalcançável e tudo o que lhe resta é o seu amigo laptop

Enquanto quinze mil oportunidades parecem se revelar, nem 10% delas soa como mais que ilusão. É como dizem, quando uma porta se fecha, duas se abrem, mas eu sinto que se correr em direção a uma delas, ela vai ser falsa, pintada na parede, e essa idéia é assustadora para alguém como eu, é como o monstro que eu sei que mora debaixo da minha cama, aquele que come minhas meias favoritas no lanche da tarde. Numa hora dessas, quando você não tem o que gritar, muito menos alguém pra ouvir é que você deseja um pouco de simplicidade. Todo mundo reclama da normalidade, todo mundo atira pedra na rotina, mas pior mesmo é não ter nenhum dos dois quando parecem ser o que você mais quer. Hoje eu mesma fiz um discurso sobre segundas chances, vontades, necessidades e sobre amor, mas eu ainda não tinha parado pra pensar nisso mudando o personagem principal. E foi como se estivesse ali o tempo todo, debaixo do meu nariz, rindo de mim, a verdade das verdades, por maior que seja e por mais que eu tente esconder. A inevitável tristeza e desapontamento dos dias que tem corrido devagar, devagar.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Absolutamente

Na melhor das hipóteses, ouvindo as músicas mais altas, escandalosas e rápidas que estão disponíveis no universo dos iPods. Não é como se fosse algo mais do que está acontecendo, escreve todas as palavras que vem na cabeça, sem formar uma ordem cronológica, um sentido completo ou sem tentar agradar ninguém. Esse é o lance. Não agradar ninguém. Ser como tem que ser, fazer o que sentir que deve fazer, dançar onde e com quem quiser sem se reprimir. [não se reprima, não se reprima (8)]. Um monte de baboseiras maquiadas pra você pensar que nada está bem, tudo está bem, que nada está como não deveria ser. Sendo como for eu, você e os outros como nós já estão carecas de saber, literalmente falando, que toda essa falta de tempêro, falta de complemento e tantas coisitas mais te fazem pensar em como absolutamente nada do que dizem faz sentido. Nada do que eu digo faz sentido. Amor, figurinha, sexo, festa, molho de salada, bartender, gramática, radio, níveis e níveis cheios de vultos mascarados querendo nada mais nada menos que o sentido das palavras que já não mais me pertencem, de modo que meus dedos correm soltos pelo teclado na tentativa ridícula de ser mais do que eu sou. Amo muito tudo isso. Love Dearest. Don't you leave me, I'm not sick of you yet. Seu amor amando de menos tudo o que a digestão musical me permite imaginar. Suas serpentinas voando a km do chão, de velocidade não calculada e de calças abaixadas, se pelos bigodes da vida você ou qualquer outro continuam absorvendo pelas retinas os relatos de uma adolescente individada e desvairada, a saida é para o outro lado. Lado este, contrário ao lago no qual você gostaria de mergulhar. Oh,panquecas.

sábado, 1 de agosto de 2009

- Ele ficou bem triste quando você não o quis mais. - Me disseram.

- Tenho a impressão de que ele é o cara que vai te machucar. - Me disseram.

- Nada mais justo. - Eu digo a mim mesma.