terça-feira, 27 de julho de 2010

Do branco da folha,
dos olhos,
das nuvens
você me observa, torcendo para os nossos atritos sumirem com a chuva, mas eu te digo, meu bem, que não é possível esse eu e você, porque é eu ou você no jogo da vida. Se esse eu com você não fosse tão bom, tudo seria mais fácil e tropeçar em ti não seria
preciso.
Outro trago na piteira e a gente se esvai em fumaça, flutuando, se completando e se dispersando com a brisa que ondula os cabelos soltos. Sussurros mal-interpretados se perdem no vento, como num telefone-sem-fio, e te entram por um ouvido, me saem pelo outro e fica um
eu não sei dizer
eu não sei porquê
onde está você?
não vamos mais nos ver
Fruto de um disse-que-me-disse, que de fato era real, mas menos mal a nossa falta de correria descarrilhante de trens. Te encontro daqui uns tempos, sozinhos eu e você, onde a gente planejou, sem ninguém pra palpitar, porque de palpitações a gente tá cheio. Te contei num dos meus sonhos
ou num sorriso
ou num suspiro
que o que você quer eu quero:
por aí de pés descalços
plantada no pé de uma árvore, me lembrando de como é bom esse cotidiano confortante, sussurro delirante, presente viajante
que a gente
tem
terá
teria.