sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

The stranger

O beco era mais escuro do que eu esperava, mais silencioso do que eu esperava, mas eu estava lá. Ele me saudou tirando o chapéu, sorriu um sorriso torto e foi se aproximando, eu recuei um pouco, mas o olhar dele me capturou, congelei onde estava. Sua mão direita passou pela minha cintura me puxando para perto dele, tentei me afastar e ele me puxou mais forte, nossos rostos colados, respirações divididas, pulsações compartilhadas, ele me beijou com vontade, uma vontade assustadora. Soquei suas costas, me mexi como pude, ele nem parecia notar, a força e a determinação para impedi-lo foram sumindo enquanto ele explorava meu corpo, não sei exatamente quando, mas me toquei que eu o beijava de volta. As luzes foram se apagando enquanto ele roubava minha bolsa
- E.. corta! - Gritou o diretor. - Perfeito!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

But there's no place like home

Era noite e apenas as luzes amarelas da cidade iluminavam os rostos das três garotas no banco de trás daquele taxi. Um axé qualquer batia contra o veículo juntamente com o vento enquanto as três conversavam sobre lembranças, doses, pessoas e festas.

Por quê? Porque todo mundo precisa postar de vez em quando.

E outra coisa.. obrigada pelo carnaval, galera. Obrigada, deus dos feriados. Obrigada, incentivos químicos [tumdumtss] e afins. Amém.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

And you are turning into smoke

E aquele cheiro? Aquele cheiro que me consome, que me embriaga, aquele teu cheiro, o cheiro que eu tanto odeio. Aquele cheiro que me machuca profundamente, ele está por toda a parte agora, em minhas mãos, em meus lençóis, em meus cabelos, pelo meu quarto, pela minha casa, por mim, dentro de mim.
Eu preciso que você o leve embora, esse cheiro que me faz lembrar, esse cheiro que me faz sofrer.
Esse cheiro que ficou em mim.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Rascunhos

Três pessoas diferentes, três datas diferentes, três rascunhos diferentes, de uma vez só.
"Fui ver uns vídeos e bateu uma saudade, de tudo, da sua risada engraçada, de falar junto com você, de te contar como vão as coisas e até daquelas suas manias e esquisitices. Fiquei com uma vontade de te ligar, te mandar uma mensagem, só pra você lembrar de mim, mas já estava tarde, daí eu vim pra cá. Sentei na cadeira, fiquei rolando a página, pensando, pensando, com todo esse amor e essa saudade repentina dentro de mim, fui inflando. Abri uma janela e comecei a escrever pra quem quisesse ler, um texto enorme, sem parar, era tanta coisa, tanta coisa, eu poderia passar um dia inteiro escrevendo.
Tudo isso naquele dia e só porque eu precisava contar que te amo. E sorrir depois disso, e te ver sorrir também."

"Eu vi nos seus olhos, senti no seu jeito, no seu corpo e no seu beijo aquela estática. Aquela sua vontade de me dizer alguma coisa, ou talvez tenha sido apenas falta de discrição da sua parte. Tudo bem, aposto que você também notou na minha cara de boba que eu estava morrendo de saudade."

"- Oi. - Disse a voz rouca dele.
- Oi, amor. Tudo bom? - Perguntou a dela.
- Tudo.
- Como tá sua testa?
- Tá bem. Nossa, você perdeu! Cheguei aqui e todo mundo ficou tipo 'caráleo, o que é isso na sua testa, você foi assaltado, né?!' e eu 'é, é, eram três caras enormes!' daí eles 'sério?' aí eu 'não, bati a cara na porta de vidro.'
Ela riu.
- Ei, não ria de mim!
- Estou rindo pra você, amor. Você sabe.
- É.
- E então?
- É.. eu só liguei pra..
- Pra me contar que você está vivo. Sabe, eu estava superpreocupada.
- É, exato, pra contar que estou bem.
Ela sorriu. Ele suspirou.
- Ok, na verdade eu liguei pra te contar que.. que eu gosto muito de você. E de, sabe.. passar tempo com você.
- Eu também, amor. Foi superlegal nossa tarde. Obrigada.
Ele sorriu.
- Ei, que horas na sua casa amanhã? - Ela perguntou.
- Ah, o pessoal vai chegar umas onze. Me avisa se vem, mais tarde.
- Ok, te deixo um recado, sr. Vou Estar Numa Festa.
- Tudo bem. Até, amor.
- Até."

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Momento cotidiano

Decidi postar as coisas exatamente como acontecem, chega de enigmas pra maquiar meus sentimentos, resolvi começar com algo simples hoje.
Uma música: Your Call.

Eu estava trabalhando no meu dever de sociologia como a boa garota que sou, meu celular tocou, apoiei os pés na escrivaninha e me empurrei até a cama para atende-lo. Quando toquei no botão verde, três pingüins saltaram da tela e começaram a sapatear sobre a minha mochila, eles se apresentaram como Ping, Kim e Fez. Ping começou a cantar Your Call enquanto Kim e Fez o acompanhavam no backing vocal. Fez teclou o botão vermelho do celular no fim da música e os três pingüins saltaram de volta para dentro do aparelho, aplaudi emocionada e voltei à bancada para pensar em mais definições para a palavra 'status'.
[Nota: Kim me explicou que sair do meu celular e cantar Your Call não foi nenhum tipo de trocadilho.]

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Abri o medalhão, aquele que você me deu, e todos aqueles sentimentos antigos me atingiram. Foi como se eles nunca tivessem ido embora, na verdade eles nunca foram, só estavam guardados, trancados, até meio que esquecidos. Aquela paixão, a vontade de você, tudo ficou tão nítido em mim.
When I thought he was mine, she caught him by the mouth
I waited eight long months, she finally set him free
I told him I couldn't lie, he was the only one for me

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Poças no asfalto

Ela estava sentada na calçada, ele estava debaixo de um prédio, chovia. Ela escondia o rosto com as mãos, ele fumava qualquer coisa, chovia. Ela tinha água até nos bolsos do casaco, ele observava sua agonia de longe, chovia. Ela batia o par de botas no meio-fio, ele andava de um lado para o outro, chovia. Ela esfregava os olhos constantemente, ele pensava em como se aproximar, chovia. Ela tossia, ele corria até ela, chovia. Ela o observava, ele se molhava, chovia. Ela encarou o par de tênis parados em frente as suas botas, ele gaguejou "Vo-você tem.. fogo?", chovia. Ela examinou seu par de olhos castanhos por trás dos cachos grudados em sua testa, ele sorriu um sorriso torto, medroso, chovia. Ela fez que não com a cabeça, ele tentava ler o que ela tinha em mente, chovia. Ela voltou a observar as botas, ele disse "tudo bem, devem estar molhados demais pra qualquer coisa" e jogou o que restava do maço no chão, chovia. Ela deu uma olhada na caixa vermelha "Marlboro?", "É..", chovia. "Meu pai fuma isso..", ele olhava pra ela, ela não olhava pra ele, chovia. Ela lhe lançou um olhar gelado, vazio, ele não se conteve "Olha.. você está bem?", chovia. "Estou bem, só dói quando eu respiro.", "Por quê?", chovia. Ela não respondeu, ele se sentou ao seu lado, chovia. Ela apoiou a cabeça em seu ombro, ele estava sem-jeito, chovia. Ela chovia, ele passava a mão em seu rosto, em sua nuca, a chuva chovia. A chuva choveu, ela choveu e ele choveu junto.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

É o que vem depois da chuva



Adoro quando as coisas parecem que vão dar certo. Por sinal.. sou apaixonada por este sentimento.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

"Hoje eu tou achando que:

Porque cada hora a gente tá achando uma coisa, sabe? A gente não precisa se arrepender do que pensa, porque foi só o que você pensou aquela hora, cada hora você pensa diferente."

I never let love in so I can keep my heart from hurting
But the longer that I live with this idea
The more I sink in

With this 4/4 beat I’m in time with you
With this 4/4 beat I would die for you.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Depois de ler

"Por consideração à você escrevo esta carta. Eu te amo, você sabe. Um dia você me disse que não prestava, eu ouvi e acreditei.. e consegui me apaixonar por você mesmo assim. Agradeço por você ter gostado de mim também, não me arrependo de ter segurado sua mão em momento algum, mas não posso mais viver assim.. com a certeza de que você nunca vai me amar, ou quem sabe ame, mas até lá será tarde demais. Não quero ser seu plano B, quero ser aquela em que você pensa quando acorda e quando vai dormir, mas parece ser pedir demais. Hoje decidi sumir da sua vida para o bem de todos, e vou sumir mesmo. Jogue fora depois de ler, assim nada de mim restará aqui. Com amor, eu."

Caí de joelhos no chão de madeira quando terminei de ler o papel que estava sobre a minha cama, tirei a caixinha preta do bolso e me agarrei à aliança que estava dentro dela. Se eu tivesse chegado mais cedo, merda!
Era mentira, o cheiro dela ainda estava nos meus lençóis e um pedaço dela dentro de mim.