sábado, 26 de dezembro de 2009

Anos atrás, em língua nordestina

À meia luz, todos se reuniam na praça sentados em cadeiras dobráveis dispostas em fileiras, o silêncio só era quebrado pelo barulho do filme rolando de dentro pra fora pra dentro do projetor. Uma melodia contente e constante começou, a imagem de um garoto andando em sua bicicletinha antiga se estabilizou na tela, a música pedalava com ele. O garoto usava um macacão surrado e uma boina, pedalava pela calçada desviando das pedras, um pássaro o acompanhou por alguns momentos, notas musicais saiam de seu bico, o garoto se balançava ao guidão, se divertindo com a música.
Depois da mesma árvore passar três vezes ao fundo, o garoto parou junto à um canteiro, examinou curioso e colheu uma flor. Ele levou a flor preto-e-branca ao nariz e sorriu satisfeito, montou de volta na bicicleta e pôs-se a pedalar com mais vigor. A cabeça balançando com a música, a flor cuidadosamente em sua mão direita, a outra guiando.. e ele desceu em frente a uma casa com uma cerca branca. Uma menina e seu rabo-de-cavalo apareceram à porta, ela sorriu e correu até o garoto, pulando graciosamente em seus braços. Ele tirou a flor de trás das costas, galante, e a estendeu à amiga, ela enrubesceu e tomou a flor em suas mãos. Andando vagarosamente e lançando olhares ao menino, a garota voltou à sua residência. O menino viu-se sozinho na calçada, sonhador, voltou a montar em sua bicicleta e pedalou. O pássaro que o seguira mais cedo voltou a planar sobre ele, com as mesmas notas musicais escapando do bico em movimento, e assim os dois voaram até o horizonte, o menino pedalando e o pássaro cantando.
Jovens, adultos e idosos levantaram de suas cadeiras metálicas aplaudindo com lágrimas nos olhos, enchendo a praça de assovios e gritos de aprovação, alguns pés descalços e infantis sapateavam frenéticos, a lua e as águas que assistiram também demonstravam sua emoção brilhando e enchendo os pulmões dos nativos de calor e fascínio. Nunca teria passado pela mente daquelas pessoas na beira daquela praia que um dia tal magia fosse se materializar na frente de seus olhos famintos.


Tomara que o 'abstraia o fato da música ser da Lily Allen' tenha ficado implícito.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

BFFFL

Seria possível toda a musicalidade de um ser se propagar pelo tempo e pelo espaço, viajando anos-luz e quebrando barreiras inimagináveis, e no fim encontrar uma outra compatível? Tudo e todos são diferentes, como as impressões digitais, agora vamos adotar o conceito de que todos tem uma alma-gêmea, qual seria a chance de encontra-la no meio de tantas pessoas infinitamente diferentes? Cada uma com suas particularidades. Agora tenha em mente o fato de que nós, seres humanos, temos a tendência de nos machucar; com essa delicada facilidade humana, quais as chances de que, depois de encontrar e criar laços com sua suposta alma-gêmea, ela continue com você? Os números vão caindo, não vão?
Tudo isso de compatibilidade, eternidade, cuidado, é meio assustador. Mas o trabalho compensa. Então, encontrando um alguém assim, não importa o nome que você dá, mãe, pai, melhor amiga, namorado, cachorro, vizinho, cuide. Não o deixe ir. Se esforce, se doe, se arrisque. Porque quando você tem realmente um alguém pra contar, um alguém que está inteiramente com você, o que mais importa?

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Morphine, drama, music and a cup of coffe

Don't let our time fly away, or melt through your fingers, I wish we could stay in 11 p.m. forever, I wouldn't mind. Your cold hands, could they hold me tighter? This dark dizzy merry-go-round is scaring me. I wish you could see it, I wish you could understand. I wish I could taste some of infinity, I wish I could get dizzy with you, I wish I could have a moment when the time wouldn't matter, a glass of water and a pain killer.

Walking after you.