segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ponto de fuga


Com esse meu espírito errante de cavaleiro, encaro o horizonte. Não sei qual o mistério por trás do horizonte, linear, estável, tranquilo, mas curiosamente sempre diferente. Deve ser a luz, tudo muda com a luz. Ou talvez seja sua profundidade infinita. Chega a ser assustador, o horizonte, de tempos em tempos. Para aqueles de mente inquieta, pelo menos; como eu, cavaleiro errante.
Tão incerto, vermelho, laranja, rosa, azul, cinza, o horizonte.
Surpreendente, apaixonante, aterrorizante.
O que me esperaria depois do horizonte? E como chegar lá? A cavalo? E meu cavalo cairia da beirada do mundo? Universo planificado.
Só sei que o persigo, desgarrada, na esperança de me encontrar no fim da jornada, mas ouvi dizer que horizonte é igual amanhã; nunca chega. Se nunca chega por que teimo em prosseguir? Só saberei quando chegar. Se chegar. Chegar. Horizonte acaba? Só se você parar de olhar. Mas ouvi que a gente tem que encarar os medos de frente, então não posso parar de olhar.
Declaro, a partir de hoje -então- ser uma encaradora de encantadores horizontes que teimam em brincar comigo. Traiçoeiros. Perfeitos. Distantes. Abstratos. Indescritíveis. Metafísicos.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Meu verde


Aumenta aí, é meu.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Feelin' blue

Por que essas dores alheias me doem também, tanto? Não sei mais lidar com isso. Minha vez de cortar fora meu coração a canetadas. Caneta no papel, mais fundo, mais fundo, até que finalmente rasga. E me escorre azul-bic pelo caderno, intenso, denso, carregado de angústia com um sádico brilho plasmático. E alívio.
Já não me dói mais.
Estourei a carga; o azul escorre pelo piso, com respingos na parede, zombeteiros. A tinta espessa manchando tudo o que alcança, impregnando a ponta dos meus dedos. Até as marcas no papel dilacerado me encaram, eu não fiz por mal, eu só queria que a dor fosse embora. Por que riem de mim, por que me julgam? Desvio o olhar. Encaro um canto qualquer, abraçando o caderno ensopado, com cuidado. Azul na palma das mãos. Azul escorrendo dos olhos. Azul no meu coração.

domingo, 5 de junho de 2011


Se fome de felicidade matasse, eu já estava enterrada por inanição.