Nossos olhos castanhos se admiravam de um jeito bobo-bobo.
- Ei, vem cá.
Você se debruçou sobre a mesa na minha direção.
- Mais perto.
Mais perto.
Te roubei um beijo e virei meu sorvete de casquinha no seu nariz.
- EI! - Você protestou e tentou agarrar meu braço numa tentativa frustrada.
Vi de relance os olhos do garçom se arregalarem enquanto eu corria, você veio atrás de mim, a mesa virou e o nosso milk-shake se espatifou em câmera lenta.
Continuamos correndo, eu rindo, você fingindo raiva. Pulei um banco, atravessei um gramado e quando não podia mais correr você me agarrou pela cintura e nós giramos pelo campo.
- Eu devia me vingar de você! - Você brigou, limpando seu rosto na minha bochecha. O gelado me arrepiou. Corri meus dedos pela sua nuca, peguei um pouco daquele sorvete todo, passei em você, em mim e ri dos nossos rostos sujos. E com aquele sorriso que eu adoro, você roubou aquele beijo de volta.
2 comentários:
Navegando eu vou sem paz
Sem ter um porto
Quase morto sem um cais
Arrepiar é seduzir,fato.
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