♦O garotinho corria atrás das pequenas criaturas que dançavam a sua volta. De mãos abertas e brilho nos olhos grandes, gargalhava pelo campo sob o olhar vigilante do pai, que sorria e se divertia junto. Os vaga-lumes voavam para fora do alcance do garoto, mas sempre voltavam para lhe arrancar mais um par de sorrisos sinceros.
♦O executivo sob pressão parou o carro no acostamento meio de qualquer jeito, sacou o maço de cigarros e acendeu o primeiro, aspirou as toxinas com vontade e soltou a fumaça aliviado. Repetiu o exercício respiratório mais algumas vezes e ao abrir os olhos, sorriu, sorriu por ver um pouco de natureza em meio a toda aquela cidade. O vaga-lume saiu rápido do campo de visão do executivo, mas sua aura permaneceu na cabeça do homem por mais dois cigarros inteiros. Deu uma última tragada, abandonou o filtro sob a sola do sapato e voltou à sua vida.
♦Do outro lado da cidade um casal apaixonado trocava juras de amor eterno em meio às árvores. Deitados no capô do carro, dedos entrelaçados, embalados pela música qualquer que tocava no rádio, o casal contava estrelas. O primeiro vaga-lume apareceu e prendeu o olhar dos dois, iluminando-os por dentro. Com suas asas cansadas pousou numa árvore, a respiração ritimada e os corações do casal acompanharam o acende-e-apaga do vaga-lume, já velho.
♦Da comunidade: "these tiny creatures have always mesmerized me with their angelic glows visible as gentle flashes during countless warm summer night walks. Community dedicated to the little fairies of the dark :) and to people who've ever observed them and fallen in love with them :)"
♦Do diálogo: "Engraçado como eu inventei toda essa história de vaga-lume pra te ajudar a sair da caverna, mas quem teve o caminho iluminado fui eu.."
sábado, 23 de maio de 2009
sábado, 16 de maio de 2009
terça-feira, 12 de maio de 2009
Printemps
O palhaço caminhava pela praça francesa ao som do acordeão, seus sapatos grandes adicionavam graça ao seu gingado-malandro. As crianças corriam atrás de uma bola azul e amarela, a menina tinha uma fita no cabelo, o menino um bonézinho em mãos. O pintor molhava o pincel nas tintas da paleta em busca da mistura perfeita para retratar o casal de velhinhos que posava sereno. Um rapaz costurava por entre os pedestres com sua bicicleta velha. Uma garota, mais afastada da massa de bons franceses, deslizava as mãos pelo corpo do namorado enquanto este tentava acender mais um cigarro. O compositor frustrado se contentava em tocar seu acordeão para os passantes na praça. O vendedor de pães deu uma piscadela discreta para a vendedora de flores enquanto seu marido ouvia ao futebol no rádio de pilha. O homem magro sonhava acordado com coisas de amor. A moradora do terceiro andar do prédio regava suas margaridas. A primavera se arrastava sobre a praça junto à música
E eu digo, cá entre nós
deixa o verão pra mais tarde.
E eu digo, cá entre nós
deixa o verão pra mais tarde.
sábado, 9 de maio de 2009
domingo, 3 de maio de 2009
sábado, 2 de maio de 2009
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