Depois da mesma árvore passar três vezes ao fundo, o garoto parou junto à um canteiro, examinou curioso e colheu uma flor. Ele levou a flor preto-e-branca ao nariz e sorriu satisfeito, montou de volta na bicicleta e pôs-se a pedalar com mais vigor. A cabeça balançando com a música, a flor cuidadosamente em sua mão direita, a outra guiando.. e ele desceu em frente a uma casa com uma cerca branca. Uma menina e seu rabo-de-cavalo apareceram à porta, ela sorriu e correu até o garoto, pulando graciosamente em seus braços. Ele tirou a flor de trás das costas, galante, e a estendeu à amiga, ela enrubesceu e tomou a flor em suas mãos. Andando vagarosamente e lançando olhares ao menino, a garota voltou à sua residência. O menino viu-se sozinho na calçada, sonhador, voltou a montar em sua bicicleta e pedalou. O pássaro que o seguira mais cedo voltou a planar sobre ele, com as mesmas notas musicais escapando do bico em movimento, e assim os dois voaram até o horizonte, o menino pedalando e o pássaro cantando.
Jovens, adultos e idosos levantaram de suas cadeiras metálicas aplaudindo com lágrimas nos olhos, enchendo a praça de assovios e gritos de aprovação, alguns pés descalços e infantis sapateavam frenéticos, a lua e as águas que assistiram também demonstravam sua emoção brilhando e enchendo os pulmões dos nativos de calor e fascínio. Nunca teria passado pela mente daquelas pessoas na beira daquela praia que um dia tal magia fosse se materializar na frente de seus olhos famintos.
Tomara que o 'abstraia o fato da música ser da Lily Allen' tenha ficado implícito.