Era uma vez, uma garotinha que cruzou a toca do coelho e conheceu um mundo mágico. Ajudou personagens curiosos, perseguiu indivíduos de relógio, comeu cogumelos alucinógenos e jogou cricket com a rainha. Mas uma vez que ela estava em casa, aonde lagartas não falavam, gatos não sorriam e coelhos não se atrasavam, ela voltou a nadar em lágrimas - de tamanho real - e desde então nada mais a satisfez. Suas expectativas de reencontrar o mundo perdido a consumiram por anos e anos, e ela cresceu.
Alguns dizem que ela vai acabar cortando a própria cabeça, outros que ela buscará a nostalgia nos doces, mas eu, particularmente, desejo satisfação à insatisfeita.
Gostaria de um dia dividir um chá com ela, em seu aniversário, ou não, e convencê-la de que o meu mundo é igualmente maravilhoso, mesmo que em aspectos diferentes. Ou, pelo menos, é o que eu gosto de dizer à mim mesma.