domingo, 19 de agosto de 2012

Três desabafos

Que som é esse que enche meu peito e me acelera os batimentos?
Uma melodia, uma risada, naquele timbre.
De repente eu era só pulso, fluindo, nervoso.
Me formiga o nariz quando você vem e me beija a bochecha.

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Sonhei um lugar bonito pr'a gente, por entre as nuvens num prediozinho antigo. A parede do corredor que sobe as escadas é descascada, mas através da porta o mundo é nosso. Os cachorros (e o gato) nos recebem à porta, afim de um tico desse nosso amor, que é tanto. Os pratos e talheres não combinam entre si, mas sim com o apartamento como um todo e sua bagunça-planejada. O elefante tá na varanda, tomando um ar e olhando o céu. Nós o acompanhamos por um instante ou dois até que faz-se noite. As estrelas saem, tímidas beirando a Lua e a gente se perde outra vez. Nunca falta música, porque dessas a gente tem de sobra, e quiçá uma bebidinha pra acompanhar. De madrugada tem sussurros e sorrisos até o cansaço bater e no dia seguinte começa tudo de novo.

domingo, 5 de agosto de 2012

Certas incertezas


Amor é um conjunto de sensações antônimas borbulhando na barriga, queimando as bochechas, liquefazendo as mãos, sacudindo as pernas, tamborilando no peito, latejando na cabeça e entalando a garganta. Que ferve no sistema sanguíneo enquanto tenta escapar por cada poro.
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Por que essa sensação de que nunca se está perto o suficiente? O que é essa eterna preocupação com o outro? Como lidar com surtos repentinos de felicidade tanta que chega a encher os olhos d’água? Qual a razão desse frio na barriga? Tudo isso tem mesmo que ser tão incontrolável? E como o sorriso de uma única pessoa pode provocar essa mistura de sensações, todas de uma vez?