terça-feira, 31 de março de 2009



À esquerda havia um painel de avisos, à direita um conjunto de armários, várias pessoas sem rosto ao longo do corredor e no fim, bem no fim, estavam alguns pares de rostos conhecidos, o único traço de familiaridade naquele cenário. Ela começou a andar na direção dos rostos, mas uma dor sufocante a deteve, ela levou as mãos ao pescoço e se descobriu amarrada. Girou nos calcanhares e se deparou com um homem na outra ponta da corda amarrada a ela, ele sorria um sorriso sedutor, meio maroto. Ela tentou correr, mas o homem não soltou a corda e a corda não soltou seu pescoço, enquanto o ar deixava seus pulmões, os estranhos sem rosto aplaudiam. Ela buscou seus rostos conhecidos, eles a olhavam de longe, nem felizes nem tristes, só olhavam. O homem se aproximou dela e a encurralou contra a parede, os desconhecidos continuavam a aplaudir, desta vez emocionados, enquanto ele prensava seu sorriso maroto contra os lábios rijos dela. Ela desistiu de lutar, talvez fosse a falta de ar, mas tudo ficou meio nebuloso ao som das palmas dos estranhos, os rostos conhecidos já não estavam mais lá olhando, a corda já não apertava seu pescoço, o homem segurava suas mãos com um ar zombeteiro e foi com esse ar zombeteiro em mente que a garota acordou gritando.


3 comentários:

Ila Marinho disse...

Ain,credo.

B. disse...

A última foto é realmente assustadora...

Ana Luiza disse...

Que medo. o-o