segunda-feira, 16 de março de 2009

Veio com o sal da brisa

O sol brilhava forte, as ondas faziam aquele barulho gostoso de ouvir, a brisa salgada soprava os cabelos queimados de sol da garota. Era uma manhã perfeita para navegar.

Ash arrumou o revólver e a espada na bainha, pegou um vidrinho no bolso das largas calças escuras e deu um gole em seu conteúdo.

- Não acha que está meio cedo pra isso? – Um homem de voz cansada que esfregava o chão perguntou. Ele devia ter seus trinta anos, usava uma bandana listrada e parecia não se barbear há semanas.

- Aprendi com o melhor, Carl. – Ela sorriu para ele.

- Eu não devia ter começado a beber na frente dela. – Um segundo homem apareceu, pegou o vidrinho da garota e deu um demorado gole. Ele era maior que o primeiro, tinha uma cicatriz que ia da sobrancelha até o meio de sua bochecha, uma careca reluzente, olhos verdes-mar e um cavanhaque escuro. Seus braços eram cor-de-sol assim como todas as outras coisas no navio, está no pacote para ser pirata.

- Olá, capitão. – Ela cumprimentou.

- Quando vai me chamar de ‘pai’?

- Gosto de ‘capitão’, me faz me sentir meio pirata.

- Capitão, tem um navio se aproximando. – Carl avisou.

- Ei, Roux, largue o timão! O mar me chama! – O capitão gritou para o timoneiro e correu em sua direção, ele costumava ser meio impulsivo.

O timoneiro era um jovem ruivo, alto e magro chamado Roux, mas só o capitão e Ash o chamavam pelo nome, o resto da tripulação o chamava de Timoneiro.

- Tomara que o capitão não queira encrenca com o outro navio. – O homenzinho barbudo suspirou e voltou a esfregar o chão.

Roux deixou-se cair sobre um caixote e fitou o céu, Ash sentou ao seu lado.

- Hey, Roux. Não liga pra ele não, ok? É saudade dos tempos de timoneiro.

- Ah, certo. – Ele sempre ficava meio sem palavras perto dela.

Roux desceu do caixote e sentou no chão ao lado da garota, ela o olhou nos olhos com um ar curioso.

- O-o que? – Ele gaguejou.

- Gosto dos seus olhos. O jeito como eles brilham. – Ela disse chegando mais perto. Ele sentiu o rosto esquentar, as bochechas estavam quase da cor dos cabelos.

- Vem aqui. – Ele pediu.

Ash levantou e eles se debruçaram sobre a amurada. A menina passou os dedos no ‘Poison’ escrito em dourado na parte externa do clipper, o rapaz a admirava e seus reflexos sorriam. Sorriso divertido, sorriso apaixonado.

- Eu.. – Ele começou. Algo o atingiu com força nas costas. Era Lyon, o irmão mais velho de Ash.

- Tire as patas da minha irmã, Timoneiro! – Ele brincou.

Lyon era exatamente como a irmã: Sardento, moreno, alto, olhos verdes-mar e cabelos dourados-de-sol. Usava uma pequena argola na orelha e uma moeda de ouro pendurada no pescoço.



- Thomas! A quanto tempo, amigo! - Ele disse abrindo os braços musculosos e queimados de sol característicos dos piratas. Tudo fica meio queimado de sol depois de algum tempo dentro de um navio.

Acho que o sobrenome dele era Straw, do teu capitão.

No dia 29 de Junho de '08 eu te disse que mostrava até onde escrevi. Bom.. foi até aí. Teu Amèlie ainda não chegou, mas quem sabe um dia a gente não termina isso?

5 comentários:

Ila Marinho disse...

O Amèlie ainda não chegou,mas já foi avistado.E acho que essa frase é minha "tudo fica meio queimado de sol depois de algum dentro de um navio".Você alterou o texto,né?



Acho que a gente devia terminar sim.Nem que fosse um conto pequenino.

Ila Marinho disse...

*algum tempo

B. disse...

Nossa, tudo foi ficando tão pequenininho!

A. disse...

Foi, o texto não saiu esteticamente como eu queria. Eu juro que tentei arrumar, váaarias vezes, mas o blog não me ama.

Francis Espíndola disse...

achei lindinho. e timoneiro é uma palavra engraçada (: