domingo, 20 de setembro de 2009

Sem planos pra mostrar

Das tantas coisas que eu poderia listar que admiro em você, pequena, opto pelas menores. Gosto de quando você escorrega os dedos pelas cordas do violão procurando inspiração, sem chegar a tocar nota nenhuma, e de como você torce a boca e o nariz pra pensar. Ou de como você morre de vergonha ao derrubar calda de chocolate na blusa - coisa que sempre acontece - e do castanho avermelhado dos seus cabelos. E de você me mandar mensagens ao longo do dia, puramente por mandar, e de rir das piadas que eu conto.
Uma vez me falaram que adorar é mais forte que amar, porque o amor caiu na boca do povo, é subutilizado, agora a adoração é algo grande, adorar é algo que dá trabalho, que te faz correr atrás. Na dúvida, amo e adoro.
O tempo passa, o sol pinta a tarde e a gente nem vê, ou melhor, a gente vê tão rápido que não nota o tempo passando. É como se aqueles filmes, aqueles em quadros, aqueles mudos. Pra que trilha sonora quando nós somos a música?
Te espio enquanto você não me notar, te respiro até me cansar, te escrevo sem planejar te mostrar, te amo como aquele que ainda sabe amar. E sem notar eu me distraio, perco tempo, arranco folhas de caderno, jogo as idéias pro alto, enlouqueço sóbrio e carente, canto pro espelho embaçado, mas você me deixa contente só de existir, só de sorrir, só de ser.

2 comentários:

Francis Espíndola disse...

você É meu orgulho, anaïs. esse seu texto quase me fez chorar. (:

Ila Marinho disse...

Belas rimas acidentais,pequena.
Engraçado como tudo soa mais bonito agora que nossas palavras tão todas Los Hermanos.

Eu amei.