quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Porque sempre é melhor postar..né?

A chuva chovia muito forte, maldito dia para sair sem guarda-chuva, os carros voavam na pista provocando ondas enormes de lama e eu tentava fugir delas, avistei uma luz fraca no fim da rua, uma loja, corri até lá e entrei. O lugar era mal-iluminado para uma livraria, era estreito e tinha um cheiro engraçado, dei um par de passos para dentro da loja e me lembrei que estava molhada dos pés a cabeça, um homem que parecia ser o dono do lugar me olhou com um ar de reprovação e desapareceu atrás de algumas estantes, outro se aproximou de mim, sorriu e sussurrou um "está tudo bem", sorri de volta. Larguei o casaco e a mochila ensopados na entrada da loja e fui olhar mais de perto uma das estantes de madeira trabalhada.
Escolhi um livro de capa verde e preta e fui procurar o atendente simpático, ele não estava a vista, criei coragem, apertei o livro contra o peito e fui perguntar o preço ao dono da loja. O dono da loja era um grandalhão ruivo com cara de poucos amigos, ele tomou o livro das minhas mãos, deu uma olhada rápida na contra-capa e grunhiu um 'Trinta e nove', ríspido. Trinta e nove, amassei um par de notas no fundo do bolso, como eu pretendia comprar alguma coisa com apenas vinte? Murmurei um tímido 'obrigada' e me virei rapidamente, dando de cara com alguma coisa. Quando abri os olhos eu e o atendente simpático estávamos caídos no chão com um monte de livros a nossa volta, não pude ver o olhar de desprezo que o grandalhão ruivo me mandou, apenas o conhecido sorriso de "está tudo bem" do atendente. Seus cabelos castanhos caídos sobre o rosto enquanto ele apanhava os livros, seus dentes mordendo o lábio para conter o riso, as mangas da blusa social verde se dobrando e desdobrando junto com os braços, suas orelhas estranhamente pontudas num estilo meio Elfo,.. "Ajude ele, idiota" uma voz gritou na minha cabeça me acordando do transe momentâneo. Lembro de, enquanto apanhava os livros, desejar aquele clichè dos filmes em que as mãos se tocam enquanto eles pegam um objeto - no caso, um dos livros - trocam olhares apaixonados e na cena seguinte se atracam atrás de uma estante qualquer. Enrubeci ao me dar conta que ele olhava para mim e agradeci por ele não poder ler mentes. Ele não podia, podia? Desespero momentâneo, bochechas quentes e frio na barriga, peguei minhas coisas tentando parecer normal, gritei um 'tchau, Elfo' e saí da loja. Tchau, Elfo?! Isso porque eu queria parecer normal, seria melhor ter passado uma cantada de pedreiro no cara e depois a mão na bunda dele!

Um comentário:

Ila Marinho disse...

Eu poderia dizer um punhado de palavras que você não ia gostar sobre a qualidade desse texto,mas não vou dizer porque você já sabe que está ruim.Só vou dizer que parece,mas só em alguns aspesctos,com A História Sem Fim.Os dois tem muita chuva,livrarias engraçadas com cheiros diferentes e livros que chamam atenção.