sábado, 13 de dezembro de 2008

New Mexico?

Joguei um par de mochilas no banco traseiro do meu recém-adquirido Corsa semi-novo e abri a porta da garagem, eram 2a.m., eu só estava um pouco atrasada, mas se mudarmos o referencial eu estava até saindo cedo. Cheguei na porta da casa dele em poucos minutos, apaguei os faróis e liguei pra ele, à cobrar, mas não importava, ele não ia atender mesmo. Aquele rosto alegre logo apareceu na porta da casa, passou pelo portão com cuidado e se largou no meu banco do passageiro.
- Você tá atrasada. - Ele brincou.
- Você sabe o porquê.
- Claro, garotas demoram pra se arrumar, já sei.
- Bom garoto. - Sorri pra ele e lhe dei um beijo.
Tirei o carro dali, o motor tão silencioso quanto o de uma picape velha, mas ninguém pareceu notar. Em pouco tempo estávamos rindo na estrada, uma daquelas bê-erres da vida, não importava qual, nem nós sabíamos direito. O CD que ele havia gravado especialmente para a ocasião fazia o carro tremer, e nossas risadas iluminavam a pista, claro, os faróis ajudavam um pouco, mas fomos basicamente nós. Nossa primeira parada foi num daqueles hotéis beira-de-esquina, foi igual aos filmes, fingimos que tínhamos acabado de nos casar e estávamos viajando, conseguimos o quarto com a maior mordomia possível [água quente e um frigobar] e viramos a noite comendo os chocolates e as barrinhas de cereal que deveriam nos sustentar por alguns dias.
- Puta que pariu! - Ele gritou.
- O que? Tem alguma coisa errada com o chocolate?
- Não. Minhas baquetas! Eu esqueci as baquetas!
Revirei minha mochila e saquei um par de baquetas transparentes.
- Quando você pegou isso?!
- Eu achei mesmo que você fosse esquecer, peguei da última vez que fui à sua casa.
- Childminder! - Ele forjou uma cara de mau e eu joguei as baquetas nele. Ele começou a batucar no colchão da cama.
- Acho que a gente devia dormir, como eu vou dirigir amanhã?
- Eu dirijo.
- Você não toca no meu carro até tirar a carteira, engraçadinho.
- Eu dirijo melhor que você.
- Tanto faz, eu tenho carteira.
Pulamos na cama e batemos nas coisas por muito tempo antes de acabarmos capotando de cansaço. Na manhã seguinte, quando estávamos deixando o hotel, vi o que parecia ser o faxineiro, fazendo um sinal de aprovação para nós. Acho que nosso barulho todo o fez pensar coisas. Rimos todo o caminho até nossa próxima parada, como era de se esperar. Foi assim por um bom tempo, pelo menos até o dinheiro acabar e a gente ter que começar tudo outra vez.

7 comentários:

Ila Marinho disse...

Comentário maldoso porque eu estou irritada e chateada e você sabe disso:
Nossa,e você não furou com ele?

Ila Marinho disse...

Não era pra rir,idiota.

Ila Marinho disse...

New Mexico?Aí é que não sou eu mesmo.

Ana Luiza disse...

Eu quero O:

B. disse...

Mas é claro que vocês não fizeram coisas. u_u

Ila Marinho disse...

O TAVAAAAAAAAARES?aaaaiai,garota.

Dandalunda disse...

eu sabia que vc e o tavares tinham algo. há!