terça-feira, 29 de abril de 2008

Por postar


Sentada na beira da fonte estava aquela garota, ouvia um reggae qualquer por seus fones de ouvido exageradamente grandes, seguia a batida da música com o par de All Star vermelhos-emprestados e rabiscava em seu caderno, entretida. Largou um par de lápis na caixa vermelha que carregava consigo, deu um longo gole em seu milkshake de chocolate e procurou alguma coisa em sua bolsa. Levantou o rosto e olhou diretamente nos meus olhos, menina morena, um tanto quanto pálida e de olhar sonhador.
As pessoas iam e vinham entretidas demais com suas próprias vidas, mas vez por outra fixavam o olhar na menina do All Star vermelho, como se fosse uma daquelas figurantes destaque dos livros onde o protagonista passa instantes de sua vida refletindo sobre.

_

Avisos que eu resolvi postar, oras:
.Não tente entender realmente o que eu posto.
.Já que leu poderia comentar. Agradeço.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Regresso


As malas estavam no chão da sala ao lado de caixas e mais caixas de papelão cheias de expectativas e ao mesmo tempo uma pitadinha de remorso pela mudança. Os óculos escuros cobriam os olhos castanhos-tristes da dona devolvendo-lhe o ar praiano que havia perdido há tempos. Usava uma rasteirinha, short branco e uma regata qualquer, roupa que provavelmente os nativos da região estavam usando fora de seu novo apartamento. A dona dos olhos tristes colocou o celular no bolso e saiu para caminhar no calçadão da praia, a nostalgia salpicava seu rosto junto com o sal e o barulho, mas ela nem ligava. Comprou uma água de coco numa tenda amarela apenas para entrar no clima, não gostava de coco, foi até a água, largou a rasteirinha na areia e deixou os pés descalços curtirem as sensações esquecidas.

sábado, 19 de abril de 2008


Para fazermos nosso pedido clichè.

domingo, 13 de abril de 2008

A receita da felicidade

- Vamos almoçar. - Disse sua mãe guiando-as para a cozinha.
A mais baixa das garotas avistou algo enorme e colorido no meio de seu quintal ao lado de uma cama elástica que também não deveria estar ali. Andou em choque até o lado de fora da casa sem notar o churrasqueiro que havia passado ao seu lado ou os cartazes nas portas e na parede. Sua mãe e a amiga se adiantaram, a mãe gritou qualquer coisa para o gramado, adolescentes e mais adolescentes começaram a sair de sabe-deus-onde e se agrupar em volta da menina surpresa enquanto a primeira amiga ria uma risada gostosa.
- Parabéns pra você.. - Todos começaram a cantar molhados e sorridentes.
A morena mignon tentava não explodir de felicidade a medida que seu olhar encontrava o de cada amigo. Ao fim da música uma das presentes se precipitou e se jogou na menina, a aniversariante sorria de orelha a orelha e ia abraçando quem podia. Um garoto alto e meio rosado gritou "Nana na piscina! A mãe deixou!", a pobre garota correu e se segurou como pode, mas num instante estava sendo erguida no ar e carregada. 1, 2, 3 e ela estava dentro d'água, o namorado pulou atrás e um monte de outras pessoas o seguiram. A morena gritou alguma coisa pelo meio do sorriso e nadou até a borda em busca de roupas secas e menos transparentes. Como ela adorava aquele pessoal.

Narrado às pressas por alguém que realmente curtiu o momento e vai levar milhões de anos para agradecer. A menina molhada ama os amigos, ama mesmo.

E a tal receita? Oras bolas, são vocês. Amizade e um pouco de calda de chocolate resolvem quase tudo. :9

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Grr!

[on] De vez em quando as coisas resolvem conspirar contra você. É uma merda.
Você pode achar que não, mas eu tenho problemas com os meus 'amiguinhos',ok? E não, não quero falar sobre eles. Não depois de você quase arrancar minhas tripas pelas orelhas (Y)
Foda-se?
Vou curtir o chão geladinho.[off]

Quero sóo ver minhas notas.. A casa vai cair e já tou vendo quem vai ficar no fundo.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Carta perdida no tempo


Tento mostrar-lhe por meio desta o quanto quero ser alguém melhor. Queria entender de tudo o que você fala, gostar do que você gosta e saber o que você não sabe só para te surpreender. Queria que você visse coisas maravilhosas em mim assim como eu vejo em você, mas parece pedir demais. Queria poder te abraçar toda vez que te vejo sem deixar transparecer que sou completamente louca por você. Queria muitas coisas, mas o que eu mais quero é que você seja feliz. :)

..Porque tirando tudo o que penso eu só penso em você.
[Sem destinatário]

Narrando


Milhões de penas negras caiam do céu, o homem as observava ir em direção ao fundo da cratera em câmera lenta, o rastro de destruição se perdia no horizonte e ele tentava não ver.
Os tocos de árvores e a terra queimada deixava o lugar com um ar desprezível, o homem chutou uma pedra na cratera mas não ouviu barulho algum, encarou as mãos sujas e uma música começou baixinho em sua cabeça.
- We are the monsters, we are the monsters..


quinta-feira, 3 de abril de 2008

'Não importa maix'


- Porque eu te amo, droga!
Os dois se calaram.
- Diga mais alto. – Ele pediu.
- Eu.. eu te amo. – Disse ela corando e aumentando ligeiramente a voz.
Ele a puxou para si e a abraçou como se tivesse medo de que ela sumisse. Ela estava meio assustada ali, mas deixou-se abraçar. Nenhum dos dois queria realmente continuar com a briga, era besteira, só queriam ficar ali e curtir a companhia um do outro.
- Eu também. – Ele sussurrou.
Ela sorriu um sorriso maroto e o encarou.
- Diga mais alto.
Ele olhou fundo nos olhos dela.
- Eu amo você. – Ele disse pausadamente.
Os olhos verdes dela se encheram d’água, os olhos negros dele gritavam o quanto ele precisava dela. Fecharam os olhos simultaneamente, os sorrisos se encontraram e deram lugar a um beijo suave. As lágrimas rolaram contentes dos olhos da garota, ela explodia de felicidade, como era bom estar com ele novamente. Ele passava os dedos compridos pela nuca da garota e curtia seu cheiro, não sabia descrevê-lo, só sabia que se fosse uma cor seria violeta.
O velho rádio de pilha presenciava o momento e dançava no ritmo de Divina Comédia, todo aquele clima praiano entrava pela janela do quarto e se chocava com o casal, sorrisos foram, olhares vieram e eles sairam para curtir o sol carioca.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Papel de bala

Passou a mão na cabeça latejante e a afundou nos braços cruzados sobre a mesa, passou algum tempo curtindo a sensação de seu nariz tocando na madeira fria, respirou fundo e resolveu voltar para a aula. Encarou o quadro de giz e a professora baixinha que andava de um lado para o outro sobre o batente na frente da sala, deu uma breve olhada nos colegas que atiravam qualquer coisa uns aos outros e suspirou. Tédio. Um par de olhos conhecidos se encontrou com os dela.
- Tudo bem?
A garota pensou um pouco.
- É. Tudo.
- Mesmo? - A segunda perguntou.
- Mesmo. - Assegurou, fechou os olhos e voltou sua atenção para os neurônios que estavam prestes a explodir dentro de sua cabeça.
- É, você parece ótima. - A segunda rebateu, irônica.
- Pareço? Nossa, eu finjo bem.
- Pois é, engraçadinha. E aí, vai me contar o que tá pegando?
- Quando eu descobrir te aviso. Coisa do momento, eu sei lá.
- Maldita puberdade! - A segunda brincou.
- Pois é. Sempre culpa dela! - A primeira sorriu.
Os olhos sorridentes se admiraram por um tempo.
- Será que as mocinhas podem me dizer qual é a graça? - A mulher baixa que resmungava qualquer coisa na frente da sala voltou sua atenção para as duas garotas.
- Nenhuma, professora. - A primeira afirmou.
- É. Deve ser a puberdade. - A segunda brincou.
A mulher baixa resmungou algo do tipo 'odeio adolescentes' e voltou a sua monótona explicação. As garotas riram para elas mesmas e voltaram a se concentrar em coisas interessantes como a mosca que sobrevoava as mochilas ou aquele belo papel de bala caido.