segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Melancolia
Tudo vai passando muito rápido, posso distinguir alguns saltos na escuridão de mordidas sensuais e batalhas sangrentas. Suas lembranças se resumem a vermelho e preto, escuridão e sangue.
E eu observo de longe a história daquele vampiro, de mais um, mais uma, mais outros, dois, três, doze criaturas que eu julgava irreais, mas agora vejo que estão por toda a parte. Rostos inocentes escondem passados obscuros, desejos e missões incompletas.
Cocei minhas orelhas pontudas cheias de imortalidade, dividíamos o mesmo futuro, alguns chamam de dádiva, eu chamo de sina.
sábado, 27 de setembro de 2008
Não vou esquecer aquele sorriso bobo que estava na sua cara quando te levaram, aquela sua expressão de quem não sabe o que está acontecendo, mas está muito feliz por estar recebendo atenção.
“Vamos passear de carro” você deve ter pensado.
Encostei minha mão triste no vidro igualmente frio e gravei o momento na cabeça. Você não estava mais na rua, talvez estivesse na esquina, mas não adiantava mais nada. Abracei o meu irmão por um momento, ele não agüentou te ver partir, o deixei sozinho no quarto, ele não ia querer que eu estivesse lá n’uma hora assim.
A porta da sua casa você deixou aberta, abestada. Nem se deu ao trabalho de fechar, deixou um provocante “venha até aqui para fechar a porta e lembre de mim” no ar. Boba.
Quem dera n’uma daquelas tardes tomando sol você tivesse me arranhado profundo o bastante para deixar uma cicatriz. Uma cicatriz para eu olhar e lembrar do quão estúpida fui com você. Se bem que você até deixou, metaforicamente.
Desculpa, Laila. De qualquer forma.. todo mundo sabe que você vai ser mais feliz lá.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Eu fingia não escutar só pra ele repetir ao meu ouvido, em certas ocasiões roçava meu rosto no dele quase sem intenção, aquela barba de fim de tarde me arrepiava, fingi não notar quando ele colocou a mão na minha cintura e ele fingiu não notar que eu chegava mais perto. Fingimos não notar que nos beijamos também, afinal de contas ele não deixava de ser o namorado da minha melhor amiga.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Ritmo, batida e pulsação
Lembro de passar o caminho suando frio, era a primeira vez que eu ia tocar em uma festa e eu queria impressionar, queria te impressionar.
Cheguei e encontrei o pessoal no estacionamento, eles me ajudaram a descer com as coisas e montar tudo. Faltavam duas horas pra começar e eu sentia que ia precisar de uma camiseta nova.
Ensaiamos todas as músicas escolhidas para a ocasião, estávamos indo muito bem, quebrei uma baqueta no meio do ensaio, mas eu tinha uma bolsa cheia delas.
Faltava meia hora e você entrou no nosso camarim improvisado, cumprimentou todo mundo com aquela sua alegria louca e começou a mandar. Todos saíram pra se trocar e eu me dei conta de que eu só tinha uma roupa para o show, era a que eu estava usando - e digamos que ela não estava das mais secas. Minha única opção foi tirar a blusa de baixo e ficar só com a de botão.
Estávamos entrando no palco improvisado e ela veio até mim, não disse nada em momento algum, simplesmente abriu minha blusa até embaixo, virou meu boné para trás e dobrou a barra das minhas calças. Realmente fiquei com mais cara de baterista daquele jeito. Ela me deu um beijo, não sei se intencional, no canto da boca e saiu. Fiquei plantado ali igual a um idiota antes de voltar à Terra.
Lembro de entrar naquele palco apertado, sentar e procurar você no meio daquela gente, deviam ter umas trinta pessoas naquela parte da festa, na nossa parte da festa, quase todos eram nossos amigos groupies. O Guts puxou nossa primeira música, eu ainda estava nervoso, mas estava me virando bem, resolvi dar uma de fodão no meio da música e lá se foi outra baqueta, pensei que seria uma boa hora de usar minhas baquetas da sorte e voltei a tocar, o pessoal fingiu que não notou meu pequeno acidente e entramos na segunda música.
Terceira música, o lugar foi enchendo e nada de você, só na quarta música te encontrei, você deu um jeito de chegar bem perto da'gente e estava ali me olhando nos olhos. Quarta música, eu sabia que era a sua favorita e enquanto tocava cantei baixinho, só pra você. Você ria pra mim, pulava e jogava o cabelo.
Terminamos a quinta música, o Guts gritou qualquer coisa para o pessoal e a gente saiu, dando lugar ao DJ. Sentia meu coração pulsar no ritmo da última música, o suor escorria por todo o meu corpo, voltamos ao camarim improvisado, gritamos uns gritos de aprovação e fomos jogar uma água no rosto.
Lembro que pouca coisa depois você apareceu na porta outra vez, dessa vez gritando e pulando em todos, dava pra ver o quão feliz por nós você estava, por um momento realmente acreditei que fossemos tipo astros do rock.
Você veio correndo pra mim e pulou, te abracei forte, enquanto você gritava elogios me dava uma chuva de beijos nas bochechas, eu não prestava atenção em mais nada, também não sei direito com que coragem, mas te botei no chão e te beijei. Silêncio. Depois do que parecia uma eternidade você me beijou de volta. Lembro vagamente dos caras voltarem a gritar e comemorar, não entendi o que eles diziam mas acho que ouvi meu nome. Você me largou, ficamos um tempão de nariz colado nos olhando - ainda lembro de cada sarda sua - você sorriu e me beijou, meu coração começou a pulsar no ritmo da quarta música, a sua favorita, nossa favorita, e aposto que o seu fez o mesmo.
domingo, 14 de setembro de 2008
Esse seu desânimo
Eu tento, juro que tento. Você não é feliz aqui, é?
Você sabe que foi necessário, foi melhor pra todo mundo, tenta entender meu lado. Ah, meu bem, não fica assim, não agüento ver você nesse estado. Não, não chora, cada lágrima que você derrama é uma facada no meu peito - e já foram várias, sinto sangrar por dentro.
Fico aqui sem saber o que dizer, sem saber o que fazer além de te ver sofrer.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Só para informar
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Pirando devagar, mas começou faz tempo
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
With Me - Sum 41
O violão começou tímido, o quarto ia se iluminando, a voz sincera entrou acompanhando.
I don't want this moment to ever end
Where everything's nothing without you
I'll wait here forever just to, to see you smile
'Cause it's true: I am nothing without you
Through it all, I made my mistakes
I stumble and fall, but I mean these words
O monte de cabelos loiros e espetados curvava o corpo a medida que o ar deixava seus pulmões, parou, juntou mais uma boa quantidade de ar, o empurrou pela garganta e gritou o refrão - a bateria e a guitarra explodiram junto com sua voz.
I want you to know: with everything, I won't let this go
These words are my heart and soul
I'll hold on to this moment, you know
'Cause I'd bleed my heart out to show that I won't let go
O violão volta e logo em seguida o resto dos instrumentos.
Thoughts read are spoken, forever in doubt
And pieces of memories fall to the ground
I know what I did, and so I won't let this go
'Cause it's true: I am nothing without you
All the streets, where I walked alone
With nowhere to go have come to an end
Explosão de sons e mais um refrão, os rapazes podem ver o mundo girar mais rápido pela janela do quarto.
In front of your eyes, it falls from the skies
When you don't know what you're looking to find
In front of your eyes, it falls from the skies
When you just never know what you will find
What you will find
What you will find
What you will find
As luzes vão diminuindo, o loiro espetado e seu violão voltam ao rítmo inicial.
I don't want this moment to ever end
Where everything's nothing without you
Vocal, backvocal, guitarra, bateria, baixo, violão, energia, êxtase, clímax e todos param.
O Sol atravessa o vitral e ilumina o quadro, o céu corre pela janela cobrindo e descobrindo seus raios, o sol se põe, abandonando o cômodo, a esperança é esquecida junto com a música sobre a mesinha de centro.
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Títulos são para bobões
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Postando na velocidade da luz
Voltou para casa sorrindo mais a cada música que tocava em seu aparelho eletrônico de reprodução musical, ela só queria que aquele caminho de volta durasse mais algumas horas. Chegar em casa é como voltar à realidade, cair de cara na verdade nua e crua e ela não era muito fã de caras em coisas nuas, muito menos cruas.
Caminho de fichas caidas, verdades esquecidas, segredos secretos, planos arquitetados, sorrisos roubados, músicas cantadas/criadas, saudades matadas, lugares conhecidos e sinceridade à flor da pele.
Me rendi e baixei Like A Star.